Resident Evil 3 faz 20 anos – relembre um dos melhores jogos da série

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"September 28th, daylight... the monsters have overtaken the city. Somehow... I'm still alive!" E com essa frase começávamos uma das melhores campanhas de terror de todos os tempos.

O tempo voa, não é mesmo? Hoje, dia 23 de setembro, marca a data de aniversário de 20 anos de Resident Evil 3: Nemesis, game que encerrou a trilogia original em Raccoon City, consagrou a geração PlayStation e se tornou um dos mais memoráveis de toda a série de survival horror da Capcom. Pode falar: você já teve medo de jogar quando era criança.

Neste especial, vamos relembrar as principais características do terceiro jogo da série, tudo que ele trouxe de novidades, o que ele inovou no gênero e o que ele desfalcou e fez a franquia mudar de ares no futuro. Mas... será que Resident Evil precisava mudar?

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A epidemia zumbi finalmente chega às ruas

Resident Evil e Resident Evil 2 são clássicos atemporais que continuam bons mesmo com suas limitações técnicas. E, apesar de serem fenomenais em seus próprios termos, é difícil negar que ambos repetem a mesma fórmula em cenários diferentes. Isso está longe de ser ruim, mas Resident Evil 3 se destacou por finalmente mostrar o outro lado da epidemia zumbi causada pela Umbrella Corporation.

O segundo título da série deu um gostinho do caos urbano da pequena cidade americana; já o terceiro mergulhou de vez nas ruas de Raccoon City e trouxe um terror menos claustrofóbico, mas também mais real e palpável: a cidade estava em ruínas de todas as formas.

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Mas o que isso quer dizer na prática? Basicamente, a fórmula de explorar uma grande mansão e terminar em um laboratório secreto foi deixada de lado. As coisas se tornaram bem mais dinâmicas e cheias de surpresas – chegaremos lá. Por mais que o backtracking ainda fosse um elemento importante de Resident Evil 3, a forma como os jogadores faziam isso parecia renovada.

Em vez de ter dois a três grandes cenários que se tornariam familiarmente aterrorizantes ao jogador, o game trazia mudanças constantes que deixavam a jogatina tensa. A mistura de cenários amplos e corredores claustrofóbicos coexistiu em grande harmonia, entregando uma verdadeira experiência de survival horror.

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Essa compilação heterogênica de cenários ficava ainda mais legal se pensar que Jill, protagonista da campanha, se aventurava 24 horas antes e 24 horas depois de Resident Evil 2 e “reconta” uma história familiar sob outra perspectiva: focada em uma história de fuga. A premissa era básica, mas funcionava bem. O único objetivo do título era tirar Jill da cidade, local onde ela encontraria mercenários da Umbrella que trabalhariam juntos para o mesmo propósito.

O terror na sua cola

Bom, por mais que a cidade seja um elemento marcante do jogo, há algo mais impactante. E, como você deve se lembrar, Resident Evil 3 tinha um subtítulo: Nemesis. O grandalhão marcou época e se tornou um ícone dos monstros mais famosos da indústria, fazendo escola para muitos jogos do futuro.

O conceito de criaturas perseguidoras não era inédito: Clock Tower já havia se consagrado com a ideia. Contudo, a maneira como o terceiro game de Resident Evil fez ninguém havia tentado – combinando o pânico do monstro no encalço com a jogabilidade mais rápida da franquia. Nemesis fazia o jogador se sentir oprimido e em completa desvantagem, mas também não inviabilizava a vitória para os jogadores mais ousados, experientes e habilidosos.

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De qualquer forma, a arma biológica que persegue Jill por quase toda a aventura trouxe um dinamismo que gerou desconforto até aos fãs da franquia: afinal, trocar de área não colocava o jogador em um ambiente seguro, pois além dos zumbis e outros monstrengos ainda existia a chance de Nemesis aparecer para apavorar a jornada da protagonista para fora da cidade de Raccoon.

A parte legal de optar por enfrentar Nemesis é que a batalha não terminava sem um prêmio. Ao derrotar o chefão, era possível pegar partes de armas e itens de curas poderosos que deixavam a campanha do jogo ainda mais legal de aproveitar – pelo menos no modo Hard.

Que atire a primeira pedra quem nunca pulou da cadeira com essa cena 

Mecanicamente mais refinado

Mesmo que o terceiro jogo de Resident Evil herde todas as mecânicas dos outros games até o momento, a Capcom aproveitou toda a expertise de novas ideias já aplicadas em Dino Crisis para apimentar as coisas. Afinal, se o título trazia mais inimigos em ambientes abertos e até um monstro que persegue constantemente o jogador, nada mais justo do que ajustar um pouco a balança.

Diversas novidades que seriam padrão na série foram introduzidas aqui, como o sistema de combinação de pólvora para criar mais munição (que retornaria em Resident Evil 7 e Resident Evil 2 Remake) e, principalmente, a mecânica de esquiva e contra-ataque de que somente os mais perfeccionistas usufruíam. Outras pequenas adições, como o Quick Turn, que gira o personagem rapidamente 180º, se tornariam padrão no futuro.

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A Capcom finalmente atendeu aos pedidos dos fãs e deixou algumas coisas mais dinâmicas. Toda a campanha de Resident Evil 3 traz alguns itens aleatórios que fez com que o fator de replay aumentasse. Um elemento-chave para progredir poderia estar no lugar X ou Y, algo que demandava que o jogador explorasse mais (e com Nemesis na cola, vale reforçar) e adicionava um elemento “incerto” à fórmula.

As escolhas foram outro destaque de que a crítica especializada gostou muito em 1999: dar a chance de o jogador optar deixava a aventura mais dinâmica e, novamente, aumentava o fator replay.

Tudo isso se tornava extremamente divertido no modo Mercenaries, marcando a estreia do bônus que apareceu em diversos outros jogos da série. Nele, o jogador podia escolher um personagem (cada um deles tinha um arsenal diferente) e deveria chegar até o objetivo dentro de um limite de tempo. Matar os oponentes eram decisões estratégicas: a munição diminuía, mas o tempo aumentava. Sem dúvidas um excelente modo extra que dava uma sobrevida ao game.

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Em outras palavras, Resident Evil 3 atingiu o pináculo da fórmula clássica e mostrou que ainda havia como explorar a combinação de elementos e mecânicas que consagraram a franquia Resident Evil. Infelizmente (ou felizmente para alguns), essa seria uma das últimas vezes que os fãs teriam contato com o estilo de câmeras fixas e jogabilidade truncada da série.

Quase perfeito

Resident Evil 3 elenca a lista de títulos prediletos de muitos jogadores e, certamente, é magnífico e marcou época. Contudo, os óculos da nostalgia podem mascarar alguns deslizes aqui e ali, e algumas pessoas talvez fossem jovens demais para ter um olhar crítico para tudo que o jogo tinha para oferecer.

Em seu período de lançamento, a imprensa fez alguns poucos comentários negativos que valem ser relembrados também. Diferentemente do segundo game, que trazia duas campanhas distintas e cenários que poderiam mudar a ordem dos acontecimentos, Resident Evil 3 voltou à jornada única e linear, algo que diminuiu o tempo de jogatina em comparação ao de seu antecessor.

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As seções de Carlos, um dos mercenários da Umbrella, ajudavam a variar um pouco as coisas, mas estavam longe de ser uma campanha separada ou trazer algo realmente diferente da campanha principal. O jeito era se aventurar no modo Mercenaries ou coletar os extras da campanha para prolongar a vida útil do jogo.

Alguns críticos mencionaram questões pontuais, como a dublagem pastelona ainda ser mantida (mesmo que em teor menor que nos outros dois games) e a história simples demais. Houve certas críticas também em relação à fórmula, classificadas por alguns jornalistas como “mais do mesmo” e sem nada muito novo para oferecer – algo que inclusive levou a franquia a mudar em poucos anos no futuro.

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Não há dúvidas: Resident Evil 3 foi memorável para sua geração e ajudou a consolidar ainda mais o gênero de survival horror no mercado. A comunidade se divide um pouco com o futuro da franquia após o terceiro game: mesmo que Resident Evil 4 seja excelente, será que esse era o melhor caminho? Existe espaço para câmeras fixas nos tempos modernos?

O terceiro título não foi o último jogo da série a ter todos os elementos clássicos combinados – ainda teríamos Resident Evil Code: Veronica –, mas ele foi o último dos numerados e se tornou o fim da era clássica da franquia Resident Evil. A mudança era um mal necessário ou havia espaço para a fórmula clássica nessa indústria?

Com tamanho apreço pelos fãs e uma data marcante como a de 20 anos, agora só resta saber: será que os rumores de um Resident Evil 3 Remake são reais? Presente maior não há para comemorar. Mas conte pra gente: o que Resident Evil 3 significou para você? É o seu predileto da série? Deixe o seu comentário abaixo!

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