Vítima de estupro processa CEO da Uber após violação de privacidade médica

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A Uber está passando por um escândalo na Índia: uma mulher norte-americana foi estuprada por um motorista "parceiro" da companhia enquanto visitava o país em 2014, e agora ela está processando alguns executivos e o CEO da própria Uber. O processo se estende até os executivos da companhia porque, de acordo com a vítima, eles obtiveram os registros médicos do estupro de maneira ilegal.

Especificamente, a mulher, identificada como Jane Doe e residente do Texas, está processando o CEO Travis Kalanick — que, atualmente, está afastado — e os executivos Emil Michael e Eric Alexander. De acordo com o processo, a alegação é de intrusão em questões privadas, difamação e divulgação pública de fatos particulares. Doe preencheu a acusação na terça-feira passada (13) no distrito norte da Califórnia.

O caso que começou em 2014 ganha um novo capítulo para a Uber

Vale notar que um dos executivos processador, Eric Alexander, foi demitido pela Uber no começo deste mês, exatamente por ter obtidos os registros médicos de Jane Doe. Segundo o The New York, Alexander levou estes documentos privados para Kalanick, CEO da Uber.

Segundo Douglas H. Wigdor, advogado de Doe, "é chocante que Kalanick possa dizer publicamente que a Uber faria de tudo para ajudar a minha cliente e sua família, enquanto ele e outros executivos analisavam documentos médicos obtidos ilegalmente e flertavam com teorias da conspiração falsas sobre um estupro brutal que ela sofreu tragicamente".

Travis Kalanick

Resultados do caso

Em 2014, época em que foi vitimada, a mulher processou a Uber como companhia, alegando negligência e fraude; e o caso foi resolvido em 2015. Já o estuprador, o motorista "parceiro" Shiv Kumar Yadav, julgando em outubro de 2015, está em prisão perpétua na Índia por sequestro, estupro e intimidação criminosa.

A Uber vem passando por uma tempestade: nos últimos meses, já demitiu mais de 20 funcionários envolvidos em casos de assédio sexual e discriminação. E mais demissões ainda estão por vir, já que a empresa de advocacia Perkins Coie está analisando 215 casos únicos de assédio dentro da Uber — e todos os funcionários demitidos estavam dentro deste grupo de 215 pessoas.

A negação ao estupro é apenas outra forma da discriminação de gênero tóxica que é endêmica na Uber

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Um porta-voz do aplicativo de transportes, sobre o caso da mulher norte-americana estuprada na Índia, comentou o seguinte: "Ninguém deveria passar por uma experiencia horrível como esta, e nós realmente sentimos muito pelo o que ela teve que reviver nas últimas semanas".

Como resposta, o advogado de Jane Doe comentou que "a negação ao estupro é apenas outra forma da discriminação de gênero tóxica que é endêmica na Uber e enraizada em sua cultura (...) Temos esperança que esse processo irá criar uma mudança real e uma reforma na Uber e em qualquer outro lugar".

Fontes

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