Ferramenta do Google ilustra efeitos do primeiro ano do movimento #metoo

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Um ano atrás, em outubro de 2017, um movimento de empatia entre mulheres que sofreram episódios de assédio sexual se tornou viral, depois que grandes nomes de Hollywood começaram a denunciar, por meio da hashtag #metoo, seus casos e suas experiências.

Diferente de algumas outras manifestações e contrariando expectativas, no entanto, o #metoo não foi apenas uma explosão momentânea e ganhou força como um dos mais importantes momentos do ativismo feminista pelos direitos das mulheres dos últimos tempos, impactando diretamente as vidas de mulheres e homens do mundo inteiro, alguns inclusive de grande projeção, como é o caso de nomes como o de Harvey Weinstein, Woody Allen e Leslie Moonves, por exemplo, que foram finalmente acusados pelos crimes que cometeram contra colegas de trabalho ou que tiveram suas acusações reforçadas diante do público e perderam espaço na carreira.

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Não é muito fácil medir os efeitos de um movimento como este, mas também não é impossível tentar contabilizá-los. É o que está fazendo o Google por meio de uma ferramenta que foi lançada recentemente pela empresa para tentar compilar em um único endereço online as principais e mais relevantes consequências do #metoo.

Essa ferramenta se chama Me Too Rising e tem como principal objetivo compilar as tendências de busca relacionadas ao movimento em todo o globo desde o ano passado, relacionando essas buscas com ações feitas fora da internet - como as marchas e passeadas - nas cidades citadas. Pequenos pontos luminosos identificam os picos de agitação em torno da hashtag, mostrando que suas manifestações alcançam uma quantidade impressionante de cidades em todos os continentes, surpreendendo em países como Índia, por exemplo, que estão tomados pela hashtag e onde a pauta ganhou um novo fôlego agora, depois que celebridades locais decidiram denunciar seus abusadores publicamente.

Explore a ferramenta aqui:

Essa manifestação global e a utilização atual da hashtag em pelo menos 85 países recentemente mostra a força dos movimentos digitais e seu mapeamento é importantíssimo, de acordo com Malika Saada Saar, do conselho sênior de Políticas Públicas e Relações Governamentais da Google. "O #metoo marca um tempo em que sobreviventes de agressões sexuais em todos os lugares transformaram a internet em uma plataforma para suas vozes e perspectivas, para serem ouvidas e respeitadas".

Além de ilustrar e trazer um retrato vivo e em movimento da amplitude e força da hashtag, mesmo um ano desde seu estouro, a plataforma também oferece uma lista de recursos gerais, legais, para abuso sexual infantil, tráfico de pessoas, violência doméstica, abuso contra estudantes de ensino médio e universitário, assédio em ambientes de trabalho e muitos outros formatos.

Alguns números do #metoo

Desde que Alyssa Milano postou o primeiro convite para que as mulheres compartilhassem sua história, dando o pontapé inicial para a popularização do tema, milhões de mulheres ao redor do mundo expuseram suas próprias angústias na internet. Nas primeiras 24 horas, o tweet já tinha meio milhão de replies.

Ao final de novembro do ano passado, eram 1,7 milhão, somente no Twitter. Se consideradas outras plataformas, os comentários e posts usando a hashtag somavam 12 milhões somente nas primeiras 24 horas.

Um levantamento realizado pelo Pew Research Center identificou que, neste último ano, foram  milhões de aparições da hashtag #metoo somente no Twitter, equivalente a 55 mil usos por dia.

65% dos usuários de social mídia dos Estados Unidos dizem ver regularmente posts relacionados ao tópico e 29% destas pessoas dizem que boa parte do que eles vêem nas redes sociais é focado neste assunto.

Se você não conhece o #metoo, veja o vídeo da precursora do movimento, a ativista  Tarana Burke, aqui:

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