Kaspersky diz que pegou segredos da NSA 'sem querer' — não ajudou no roubo

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A Kaspersky está passando por um escrutínio feito pela justiça norte-americana. Além da "guerra fria política" que a empresa se encontra, materiais confidenciais da NSA (Agência de Segurança Nacional) foram supostamente roubados por um software antivírus da Kaspersky.

Para refrescar a sua memória: "Segundo o Wall Street Journal, documentos da NSA (Agência de Segurança Nacional) que detalhavam como os Estados Unidos defendem a própria rede de ciberataques foram roubados por hackers russos. Além dos detalhes sensíveis sobre a segurança, o WSJ nota que os documentos também mostram como os EUA invadem redes estrangeiras e até os códigos computacionais usados para explorar e invadir.

Kaspersky: é infeliz que a cobertura de notícias com reivindicações 'não provadas' continue acusando a companhia

De acordo com a fonte do WSJ, o roubo aconteceu da seguinte maneira: um funcionário da NSA enviou os documentos confidenciais para o próprio computador, um computador doméstico. Neste PC, havia um software de segurança da Kaspersky — e a fonte indicou que foi este software da Kaspersky que identificou a presença dos documentos sensíveis", noticiou o TecMundo no começo de outubro.

Obviamente, a empresa respondeu dizendo: "A Kaspersky não recebeu qualquer evidência mostrando qualquer envolvimento da companhia com o relato. É infeliz que a cobertura de notícias com reivindicações 'não provadas' continue acusando a companhia".

O que aconteceu agora

Com uma investigação em curso, a Kaspersky admitiu que seus servidores realizaram o download de arquivos confidenciais após a instalação do software. Isso porque o programa antivírus encontrou nos arquivos um código malicioso do Grupo Equation, um grupo hacker que foi praticamente desmantelado pela Kaspersky em 2015.

Qual o motivo do software ter enviado o arquivo malicioso ao servidor? Essa é uma prática automática da Kaspersky para, posteriormente, analisar o malware/trojan/ransomware etc .

Não precisamos de nada além dos binários de malwares para melhorar a proteção de nossos consumidores

Ao perceber que se tratavam de documentos confidenciais, um analista da Kaspersky — com o aval do CEO Eugene Kaspersky — deletou todo o material, exceto pelo binário malicioso, como nota a empresa no Secure List.

Em declaração, a empresa comentou o seguinte: "Não precisamos de nada além dos binários de malwares para melhorar a proteção de nossos consumidores. Em segundo lugar, [deletamos os arquivos] devido a preocupações com o manuseio de materiais confidenciais em potencial. Supondo que as marcações eram reais, tais informações não podem nem serão consumidas mesmo para produzir assinaturas de detecção com base em descrições".

Da mesma maneira que a Kaspersky automaticamente puxou esses dados, o analista Brian Bartholomew acredita que um invasor terceiro poderia ter roubado essas informações, mesmo que não existem provas de disso.

Anteriormente, o CEO da Kaspersky, Eugene, divulgou uma carta dizendo o seguinte

"Como uma empresa privada, a Kaspersky Lab não possui laços inapropriados com qualquer governo, incluindo a Rússia, e a única conclusão a chegar é que a Kaspersky foi pega no meio de uma guerra geopolítica.

Não pediremos desculpas por sermos agressivos na batalha contra malwares e cibercriminosos. A companhia detecta e mitiga de maneira efetiva as infecções de malwares, independentemente da fonte, e vem fazendo isso com orgulho pelos últimos 20 anos — o que sempre nos traz as melhores notas testes de independentes.

Também é interessante notar que os produtos da Kaspersky Lab seguem os restritos padrões da indústria de cibersegurança e possuem níveis de acesso e privilégicos similares aos sistemas que eles protegem, como qualquer outro vendedor de segurança nos EUA e pelo mundo".

Eles usam a Rússia como argumento para essa briga, disse Eugene

No mês passado, o TecMundo entrevistou Eugene Kaspersky, CEO da empresa de segurança. Quando perguntado sobre as acusações do FBI contra a Kaspersky, respondeu: "Eu não sei bem como dizer isso, mas parece uma guerra fria civil, uma guerra fria política nos Estados Unidos. Eles usam a Rússia como argumento para essa briga. Então, estar no meio desse conflito como uma companhia não é algo prazeroso, não é confortável. E todas essas notícias falsas e mensagens falsas que eles usam, eu me sinto como um boneco no jogo político. Eu não posso mudar [isso], porque é uma criação deles. A única coisa que eu posso fazer é explicar que não é verdade".

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