É possível combinar placas NVIDIA e AMD para turbinar os jogos e apps?

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Melhorias em qualidade e desempenho gráfico sempre foram objetivos dos jogadores que buscam formas de incrementar os visuais de seus games. Ocorre que, salvo raras exceções, upgrades nesse sentido só são possíveis com a aquisição de um hardware mais potente.

Assim, não são poucos os consumidores que já tiveram todo tipo de ideia para conseguir os tão almejados frames a mais com pouco gasto. Às vezes, a solução mais fácil se dá na troca do processador ou na adição de mais memória.

Todavia, quando a ideia é aumentar a performance no processador gráfico, poucas soluções realmente surtem efeitos práticos. A instalação de novos drivers, o incremento da frequência através do processo de overclocking e outras façanhas ajudam em determinados casos.

Em geral, a melhor ideia é adquirir uma placa moderna e com alto poder de fogo. Entretanto, muita gente ainda opta por uma tática mais arriscada: a combinação de múltiplas placas de vídeo. Essa é uma prática que já vem de anos, mas que nem sempre se mostra adequada.

Muitos jogadores talvez já cogitaram a junção de placas de diferentes marcas e características, mas, com um pouco de pesquisa, já era possível encontrar uma grande resposta negativa para tal artimanha. Ocorre que isso mudou um pouco nos últimos anos e uma nova era de gráficos provenientes de combinações de placas distintas pode estar vindo aí.

As tecnologias tradicionais

Uma solução criada há alguns anos pelas fabricantes foi a de somar a performance de duas ou mais placas em paralelo. De um lado, a tecnologia NVIDIA SLI permite aos proprietários de placas GeForce incrementar o desempenho de produtos similares. Do outro, gamers que usam placas Radeon podem unir o poder das GPUs com a tecnologia AMD CrossFire.

Tais tecnologias sempre foram limitadas nas combinações, sendo que somente alguns modelos são compatíveis e o jogador deve ficar atento aos produtos que podem ser unidos. Na época da Radeon HD 7000, por exemplo, era possível combinar uma HD 7970 com uma HD 7950, mas uma placa da série 7800 já não era compatível.

Ainda que funcional em alguns poucos casos, essas funcionalidades nem sempre foram aproveitadas pelos jogos. Instalar duas placas em paralelo nunca significou ter o desempenho dobrado, isso sem contar a necessidade de algumas façanhas para obter benefícios em alguns games e as tantas incompatibilidades dos drivers com as engines.

Hoje, as fabricantes parecem evitar um pouco essas ideias, tanto que a própria NVIDIA limita sua tecnologia para poucas GPUs e somente para combinações de duas unidades. O grande problema, geralmente, consiste na “falta de conversa” entre as engines dos jogos e os chips de vídeo. Assim, uma nova solução pode se dar diretamente nas APIs.

Multi GPU: aproveitando todo o potencial do hardware

Na contramão das tecnologias mais comuns, as novas APIs parecem estar dispostas a realizar o sonho de muitos jogadores: combinar duas placas de diferentes marcas. É o caso do DirectX 12 que já conta com o recurso Multi GPU (ou também chamado de Multi Adapter), o qual permite associar uma GeForce e uma Radeon para obter vantagem na qualidade e na performance.

Com essa novidade, o jogador pode desfrutar de um ganho significativo nos tais “frames por segundo” sem precisar de muito esforço. Geralmente, basta ativar a opção Multi GPU nos games compatíveis para que o jogo se encarregue de dividir as tarefas entre as placas de vídeo instaladas no sistema.

É importante notar que o jogador não precisa de qualquer hardware especial (como as pontes SLI em setups NVIDIA) para conseguir desfrutar dos benefícios concedidos pela combinação das placas. Basicamente, a API consegue entender os componentes de hardware e atribuir as tarefas de acordo com os recursos disponíveis.

Há diferentes formas de trabalho em Multi GPU, como o AFR (Alternate Frame Rendering), que envia frames separados para cada GPU processar e então reúne os resultados para entregar a saída ao jogador; e o SFR (Split Frame Rendering), que divide um único frame em várias regiões e atribui diferentes partes do frame para cada chip gráfico.

Graças ao acesso direto ao hardware, sem precisar passar pelas regras da engine ou do driver, a API pode determinar exatamente o que cada GPU deve realizar. É claro que o meio de campo dessa tecnologia é bem complexo, sendo que o DirectX 12 precisa dividir as tarefas de forma diferente, copiar recursos de um lado para outro e manter o ritmo dos frames.

Na teoria, com essa novidade do Multi GPU, é possível que o hardware seja 100% aproveitado, algo que pode resultar em um rendimento dobrado no caso de uma configuração de placas idênticas. Na prática, a história pode ser um pouco diferente, sendo que ainda é preciso considerar que há pouquíssimos títulos compatíveis.

Alguns games compatíveis são Ashes of the Singularity, Deus Ex: Mankind Divided e Hitman. É possível que você esteja se questionando se essa novidade vale também para acelerar a renderização em softwares da Adobe ou outros que requisitam processamento gráfico.

Bom, na teoria, as desenvolvedoras poderiam usar o recurso em alguns casos, mas a verdade é que boa parte dessas tarefas usa tecnologias como CUDA para acelerar o processamento, então não é bem o caso de uma intervenção do DirectX.

É claro que tal funcionalidade ainda está engatinhando e, em um futuro próximo, poderemos ter muitas novidades, mas, por ora, há muitas limitações. Se você tem placas de diferentes marcas, alguns testes podem ser divertidos e até vantajosos, porém ainda falta um bocado para aproveitar toda essa vantagem em qualquer situação.

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