Agora EUA também podem pedir celular e senhas para quem quer visto do país

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Imagem: GovTechWorks

Lembra-se daquela medida que os EUA estavam estudando implementar para pedir as senhas das redes sociais de quem deseja ter um visto para o país? Pois é. Como prevemos, ela acaba de se tornar bem pior, não apenas se mostrando muito mais invasiva, como também afetando mais países do que apenas as sete regiões em que a religião muçulmana predomina; tudo parte do novo plano de “exame extremo” da administração Trump.

Para começar, os interessados em conseguir um visto para os EUA terão que dar acesso aos seus celulares e senhas, além das redes sociais. De acordo com o The Wall Street Journal, a mudança, que ainda estaria sendo estudada, serviria para que os representantes do governo do país examinassem informações como seus contatos e outros dados pessoais.

Além de seu celular e senhas das redes sociais, entrevistas de vistos vão perguntar sobre suas crenças e ideologias

Como se tudo isso não fosse suficiente, as entrevistas agora também podem pedir aos aplicantes que respondam questões bastante invasivas sobre suas crenças e ideologias.

A mudança, vale notar, é realmente grande considerando que, até agora, apenas oficiais da fronteira podiam inspecionar celulares; mesmo assim, os casos em que isso ocorria eram raros – embora o número de ocorrências tenha sido cinco vezes maior em 2016. Da mesma forma, o modelo atual de análise de vistos também permitia aos aplicantes prover seus passaportes apenas voluntariamente.

Nenhum lugar está seguro?

Outra das diferenças a ser apontada, como já mencionamos antes, seria a adição de outros países para sofrer com essas medidas. Entre os nomes citados, temos aliados dos EUA, como França e Alemanha; ao que parece, porém, até mesmo países que participam do programa de isenção de visto, como Reino Unido, Japão e Austrália, vão entrar na brincadeira.

É bom frisar que, no momento, a lista de países ainda não foi finalizada, mas deve aumentar, já que o Secretário de Estado Rex Tillerson pediu às embaixadas e consulados dos EUA para encontrar “populações pedindo um maior escrutínio”.

Fazer esse tipo de coleta seria prejudicial para atividades de inteligência, porque você iria conseguir tanto lixo que não tem nada a ver com nada

Ironicamente, embora a ideia venha com o objetivo de aumentar a vigilância nos Estados Unidos, muitos grupos de liberdades civis criticaram a nova medida pesadamente – alguns, de fato, chegando a debochar da eficiência de tais ações.

“Fazer esse tipo de coleta nessa escala seria consideravelmente prejudicial para atividades de inteligência, porque você iria conseguir tanto lixo que não tem nada a ver com nada”, afirmou April Doss, ex-conselheira geral associada de uma agência de segurança dos EUA.

Uma vez que a medida ainda está sendo estudada e não temos qualquer declaração oficial da Casa Branca sobre o assunto, ao menos isso quer dizer que as novas propostas podem não ser aplicadas. Mas, considerando que já vimos essa história piorando antes, infelizmente é melhor não esperar que seja diferente.

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