Golpe da “ligação do próprio número” não tem fundamento

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No dia 14 de fevereiro, o Procon de São Paulo publicou um vídeo em que seu diretor executivo, Fernando Capez, alerta a população a respeito de um “novo golpe” que afeta a telefonia móvel. No entanto, parece que o órgão não foi capaz de comprovar esse tipo de ocorrência na prática.

O golpe em questão se refere às chamadas que parecem ter sido originadas no próprio aparelho da vítima, como se você estivesse recebendo uma ligação de você mesmo. Segundo Capez, o Procon estava recendo reclamações de consumidores que relataram ter atendido a essas chamadas e tiveram seus dados roubados em menos de 10 segundos.

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Veja o vídeo publicado pelo Procon de São Paulo:

Parece que o golpe não existe de fato

Em entrevista para o Tilt (UOL), Capez mudou um pouco a versão da declaração que aparece no vídeo. Ele disse que soube do “golpe” por meio de um desembargador (não identificado), que havia recebido uma ligação de seu próprio número, mas não confirmou nenhum roubo de dados.

A instituição também não registrou nenhuma reclamação de consumidores neste sentido. O que houve foi uma constatação de mensagens sobre o suposto golpe, além de supostas vítimas, em publicações feitas em redes sociais, flagradas por funcionários do Procon, o que também foi confirmado pelo Tilt.

Entenda o “golpe”

Na verdade, o problema relatado pelo Procon tem origem em uma técnica chamada “spoofing”, que permite que chamadas realizadas pela internet (VoIP) insiram o próprio número de destino como se fosse o número que estivesse fazendo a chamada. Quando a pessoa recebe a ligação, o celular mostra seu próprio número no visor, mas o número que está chamando é diferente.

No ano passado, o Ministro da Justiça Sergio Moro relatou que recebeu uma chamada desse tipo antes que suas conversas no aplicativo Telegram fossem vazadas, em uma reportagem que ficou conhecida como Vaza Jato.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que “adotou medidas para evitar que a prática do spoofing não viabilize o acesso à caixa postal do consumidor, que poderia ser usada em golpes”.

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