Parabólicas podem atrasar o 5G brasileiro em três anos

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A implantação do 5G brasileiro esbarrou em um problema que pode afetar milhões de pessoas em todo o país, tanto em áreas urbanas quanto em áreas rurais. Este ano, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) comprovou que o sinal da rede 5G interfere no sinal da TV aberta captado pelas antenas parabólicas, e proveniente dos satélites que operam na chamada banda C.

De acordo com as operadoras de telefonia, a migração completa para a banda Ku, e o desligamento da atual banda C, só poderia ser feito após todas as 12 milhões de parabólicas em operação no país terem sido adaptadas, o que pode levar três anos para ocorrer. Até lá, a rede 5G não poderia ser acionada, pois causaria interferência.

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Fonte: Pixabay/Reprodução

A operadoras de telefonia sugeriram a instalação de um filtro nas antenas e mudar um equipamento chamado de LNBF (Low Noise Block FeedHorn), que fica no meio da antena parabólica. Esse aparelho custa de R$ 140 a R$ 240, atualmente.

O IBGE estimou que o custo total para a compra dos filtros fique por volta dos R$ 460 milhões, uma vez que 60% das antenas parabólicas estão nas áreas rurais e não vão precisar do tal kit, uma vez que essas regiões usarão outras frequências 5G que não causam interferência na banda C.

A solução das emissoras de TV e o problema do atraso

A emissoras de TV sugerem que os usuários da banda C migrem para uma nova banda, a Ku. A Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) estimou que o custo desta migração ficaria em torno de R$ 2,9 bilhões, mas falando apenas dos usuários incluídos no cadastro Único dos programas sociais do governo federal. Caso o cálculo envolva todas as parabólicas, esse valor sobe para R$ 9,6 bilhões.

Além do alto custo, técnicos explicam que a banca C só poderia ser totalmente desligada após todas as 12 milhões de parabólicas estarem recebendo o novo sinal da banda Ku. Como o número de instalação de kit seria muito maior com esta migração, o tempo até ela ser concluída pode levar três anos. Até lá, os radiodifusores ainda teriam que manter o sinal funcionando nas duas bandas em paralelo, o que geraria mais custos.

Mais testes e novas medições

Os testes iniciais de interferência foram realizados pela Anatel em condições extremas de uso de ambos os serviços, TV e rede 5G. Agora, o SindiTeleBrasil deve realizar novos testes, mais próximos de condições reais de uso.

O CPqD também vai realizar uma etapa de testes patrocinada pelas teles, que vai medir a eficiência de filtros de diferentes fabricantes, e que deve ficar pronta até novembro.

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