Tecnologia da década de 1970 pode ser a solução para a internet do futuro

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Quando os primeiros cabos de fibra óptica cruzaram os oceanos, o salto na velocidade da internet foi tão grande que muita gente achou que jamais atingiríamos o novo limite. No entanto, alguns pesquisadores proeminentes recentemente começaram a falar sobre uma iminente “escassez de capacidade”, que nos impediria de melhorar a qualidade da conexão à web para toda a população mundial. Agora, parece que uma tecnologia da década de 1970 pode ser a solução.

Um grupo de cientistas do programa UNLOC, com membros do Aston Institute of Photonic Technologies e da University College London, usou uma técnica chamada de “conjugação de fase óptica” (OPC, na sigla em inglês) para aumentar em até 60% a distância que informações podem viajar por cabos de fibra. Proposto há quase 50 anos, o método desfaz distorções nas ondas ópticas, mas nunca havia sido testado em sistemas com taxas de transferência na casa dos Tbps.

Em um estudo, os pesquisadores do UNLOC explicaram como utilizaram apenas um dispositivo OPC em um cabo de fibra de 2 mil km de comprimento para mostrar que a tecnologia pode ser usada melhorar a qualidade do sinal da internet em sistemas com taxas entre 800 Gbps e 4 Tbps. Removendo as interferências que surgiriam nesse tipo de conexão, o método permitiu que os dados viajassem uma distância consideravelmente maior.

Problemas a serem superados

O principal ponto negativo da OPC é que ele necessita de uma simetria no link de transmissão que é muito difícil de ser atingida com a infraestrutura que usamos hoje. Esse requisito se deve ao fato de que os aparelhos de conjugação de fase óptica, sempre posicionados na metade dos cabos de fibra, só conseguem apagar as interferências se os meios pelos quais as informações trafegam forem idênticos nas duas partes do caminho.

Atualmente, os sistemas de comunicação comerciais instalados nos fundos dos oceanos usam amplificadores colocados em intervalos regulares para aumentar o sinal ao longo do caminho, o que acaba quebrando a simetria necessária para uma operação eficiente da OPC. Para que o método possa ser posto em prática, será necessário esperar a evolução da infraestrutura de fibra óptica, o que deve solucionar naturalmente o problema da falta de simetria.

“O caminho daqui para a aplicação comercial da tecnologia OPC não é tão longo assim. Ainda é claramente necessário haver desenvolvimento de produtos, mas agora estamos apenas esperando a demanda de mercado alcançar a tecnologia, o que vai acontecer dentro de alguns ciclos criação”, disse Andrew Ellis, um dos estudiosos envolvidos.

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