Review: relógio GPS esportivo Garmin Forerunner 35

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Nos últimos anos, a Garmin tem investido pesado para trazer seus aparelhos de tracking de atividades físicas para o mercado brasileiro. Hoje, são várias as possibilidades que os consumidores podem encontrar em lojas especializadas em materiais esportivos, assessorias de performance e outros estabelecimentos. E um dos modelos que chamam bastante atenção é o Forerunner 35, que está entre os mais baratos da companhia.

O preço sugerido pela Garmin no Brasil é de R$ 1.699, mas é possível encontrar facilmente o modelo por cerca de R$ 1.199. E será que vale a pena investir no dispositivo para dar um “up” nas suas corridas e outras atividades físicas? É exatamente isso que vamos responder agora.

Vale lembrar que ele é um modelo considerado “de entrada” e é mais simples do que outras opções mais caras — como o Active HR ou o Forerunner 735XT, ambos da mesma fabricante.

Design

Quando falamos sobre relógios esportivos, é importante lembrar que eles precisam ser realmente confortáveis a ponto de o consumidor se esquecer de que existe algo em seu braço. Afinal de contas, seja nas corridas ou nas pedaladas, qualquer acessório invasivo pode se tornar um problema nas atividades.

Neste ponto, o Forerunner 35 da Garmin consegue se destacar positivamente. Ele é pequeno e discreto, garantindo que as atividades físicas sejam realizadas sem qualquer interferência. Nos testes que fizemos, comparamos o modelo diretamente com o Forerunner 735XT — ambos foram ao mesmo tempo — e podemos dizer que ele se mostra bem mais confortável.

Partindo para o lado estético, também não há como reclamar. O smartwatch é bem bonito, mesmo sendo simples. A estrutura dele combina bastante com a pulseira, que também ganha pontos por ser confortável e maleável. Outro ponto positivo fica no acesso aos botões laterais, que garante uma rápida utilização de todas as funções.

Tela

A tela do relógio possui apenas 1,3 polegada, sem qualquer coloraçãoe com resolução de 128x128 pixels. Acha pouco? Pois não há motivos para isso. Sendo monocromático e sem funções gráficas, o dispositivo consegue entregar tudo o que os consumidores precisam no display de um smartwatch esportivo.

O sistema antirreflexo também funciona muito bem e as informações podem ser vistas com facilidade mesmo em ambientes com bastante claridade — nós testamos isso em uma prova de rua realizada debaixo de bastante sol.

Apesar de o primeiro impulso ser o de sentir a falta de uma tela sensível ao toque, basta se lembrar das principais funcionalidades do Forerunner 35 para entender que isso é um bom negócio. Afinal de contas, depois de longas atividades o suor nas mãos impediria um funcionamento adequado do aparelho.

Recursos esportivos

O Garmin Forerunner 35 possui rastreamento de atividades de longa distância por GPS e também permite o tracking de atividades internas — usando o medidor de batimentos cardíacos para calcular a intensidade dos treinos. Tanto em atividades de “Cardio” quanto em corridas em esteira, é com base nessa informação que o aparelho vai dizer as calorias queimadas e o tempo necessário para recuperação.

Mas é nas atividades externas que o Garmin Forerunner 35 realmente se destaca. E,  como se trata de um relógio esportivo, não dá para analisar o aparelho sem testar esses recursos de verdade. No período em que avaliamos o relógio, pudemos ver muito bem como o GPS do dispositivo se comporta.

Em uma atividade de ciclismo com cerca de 20 km, notamos um desvio de menos de 20 metros nas anotações entre o relógio e o ciclocomputador. Já nas corridas isso pode ser um pouco menos preciso — principalmente pelo fato de que as corridas nos testes aconteceram em regiões com maior interferência de prédios e outras construções.

Um dos grandes motivos para isso é a ausência de cruzamento de informações de GPS com GLONASS — algo que existe no Forerunner 735XT. Por causa disso, as interferências podem fazer com que o relógio mostre resultados menores do que os reais. Por exemplo: uma corrida com pouco mais de 10 km registrados pelo Forerunner 735 (com GLONASS) teve perdas de quase 300 metros no Forerunner 35.

Essa limitação do GPS também pode ser sentida antes de o consumidor começar as atividades. Isso porque é bem comum o aparelho demorar vários minutos para conseguir se localizar e permitir o início dos registros. Dessa forma, corridas ou pedaladas que tenham como ponto de partida ambientes centrais e com muitos prédios podem ser “atrasadas por questões tecnológicas”.

O aparelho ainda possui contador de passos e traz opções para que cada usuário defina suas metas individuais 

O aparelho ainda possui contador de passos e traz opções para que cada usuário defina suas metas individuais — sozinho ou com o auxílio de um treinador. E,  por falar em treinador, o próprio relógio pode trabalhar como um coach. Estabelecendo objetivos e treinos, ele emite alertas para treinos de tiro, rodagens e regenerativos.

Bateria

Se o GPS acaba sendo um ponto a ser considerado com calma antes da compra, a bateria é algo que não precisa despertar nenhuma dúvida. Caso não seja ativado o tracking por GPS, o Garmin Forerunner 35 pode ser usado por vários dias sem preocupações com recargas. Com o rastreamento ligado, isso baixa para pouco mais de 12 horas e isso também é muito bom — suficiente para um Ironman, pelo menos.

E, se ela acabar, é só plugar o carregador e deixar a bateria ser completa em menos de duas horas. Exatamente: o processo de recarga acontece com muita velocidade — o que é ótimo para os consumidores mais exigentes e que não podem perder muito tempo entre um treino e outro.

Conexão com apps

O aplicativo Connect oficial da Garmin funciona muito bem com o Forerunner 35 e permite que os usuários tenham acesso a relatórios com bastante velocidade e detalhes gráficos — tanto para distâncias quanto para queima calórica, passos, ritmo das atividades e outras informações.

Por outro lado, não há como enviar as informações do Forerunner 735XT para outros apps de tracking com total fluidez. Para isso, é necessário utilizar apps como o Garmin Express ou fazer o upload de arquivos de log do dispositivo para outros aplicativos.

Dúvidas dos leitores

Durante o processo de review, abrimos um espaço para as perguntas de leitores pelo nosso Instagram. Confira agora as respostas para alguns questionamentosque foram enviados.

  • (Breno Alcântara) Eles marcam a hora? Sim! Eles funcionam também como relógios comuns, sendo bem confortáveis para isso, inclusive.
  • (tioago) Eles suportam colocar o medidor de batimentos cardíacos? O modelo 35 não permite não, mas o Forerunner 735XT sim!
  • (solrachum e allanwerner) Algum deles tem suporte para chip telefone? Não! Eles possuem GPS autônomo, mas não contam com qualquer conexão à internet.

Vale a pena?

Como dissemos no início da análise, o preço sugerido pela Garmin no Brasil é de R$ 1.699, mas é possível encontrar facilmente o modelo por cerca de R$ 1.199. Se você está pensando em levar suas corridas e pedaladas a sério, o valor mais baixo realmente vale a pena. Com configurações simples e recursos interessantes, o Forerunner 35 é uma excelente opção no mercado nacional.

Mesmo com as falhas no GPS, ele pode ser uma grande ferramenta para os consumidores que querem trackear suas atividades físicas com mais qualidade — e que não pretendem pagar muito mais caro por modelos com GLONASS, por exemplo, que são aparelhos ainda mais recomendados.

Por outro lado, se as suas corridas são bem mais casuais, há opções mais simples e mais indicadas. Um smartwatch com GPS e Android Wear, por exemplo, pode sanar todas as suas necessidades na hora de fazer uma atividade física — havendo ainda conexão mais completa com o smartphone.

Em resumo: o Forerunner 35 é uma grande opção para os consumidores esportistas, mas pode ficar no meio do caminho em muitos casos — simples demais para os atletas profissionais e pouco conectado para os mais casuais.

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