Sony Xperia XA1 Ultra: review/análise [vídeo]

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O Xperia XA1 Ultra é um smartphone intermediário de tela grande que a Sony está trazendo aqui para o Brasil no mês de agosto. Indo direto ao ponto, dá para resumir quase tudo o que importa sobre o aparelho da seguinte forma: é como se o dispositivo fosse uma versão maior e um pouco melhor do Xperia XA1, que analisei aqui no TecMundo não faz muito tempo – clique aqui para conferir.

Prós
  • Câmeras ótimas para a categoria
  • Desempenho ótimo
  • Construção de qualidade
  • Tela grande e com boa resolução
  • Dual-SIM verdadeiro e armazenamento expansível
Contras
  • Bateria decepcionante
  • Preço inflado
  • Sem leitor de digitais
  • Alto-falante mal localizado
  • Design antiquado

Isso quer dizer que muita coisa é bem parecida entre os dois celulares da empresa japonesa, incluindo suas câmeras boas, o design antiquado e até o processador. No entanto, outras especificações receberam alguns upgrades consideráveis. Mesmo assim, não dá para dizer que o Xperia XA1 Ultra é a melhor opção entre os intermediários atuais. Quer saber mais? Então confira a seguir nossa análise completa.

Antiquado, porém robusto

Para começar abordando o que mudou em comparação com o XA1, o ponto mais óbvio é o tamanho do aparelho. O XA1 Ultra ganhou dois centímetros de altura e mais do que um de largura com relação ao irmão menor, mas manteve exatamente o mesmo estilo quadrado e com bordas grandes acima e abaixo da tela, mas praticamente sem bordas nas laterais. Caso você curta esse estilo próprio da Sony, então não há do que reclamar aqui. No entanto, eu continuo achando esse visual meio antiquado.

A qualidade da construção também foi mantida, o que quer dizer que a carcaça de metal é rígida e deve conseguir aguentar uma ou outra queda sem sofrer grandes danos. Assim como o XA1, o Ultra também não é à prova-d’água, então nada de levar o dispositivo para um mergulho na piscina.

Mesmo com o aumento do tamanho, a pegada do XA1 Ultra continua sendo confortável na hora de segurar o aparelho. Um efeito colateral negativo das dimensões mais avantajadas foi que ficou mais difícil para usar o dispositivo com uma mão só – mas isso é algo que provavelmente só vai te incomodar de verdade se você tiver mãos pequenas.

Tela grande e boa

Não foi só o corpo do aparelho que ficou maior. A tela também evoluiu – e não apenas no tamanho. O XA1 Ultra vem com um display de 6 polegadas com resolução Full HD, então você vai conseguir aproveitar os seus vídeos e games favoritos com um tamanho legal e um bom nível de detalhes. O painel continua sendo IPS LCD, com brilho forte e apresentando cores razoáveis.

Eu digo razoáveis porque as tonalidades não ficam tão vivas quanto em um AMOLED ou Super AMOLED. Mesmo assim, a experiência de uso é bem legal do jeito como está, então só quem está acostumado com tecnologias de display mais avançadas que o IPS LCD deve se incomodar. E o incômodo não é dos maiores mesmo nesse caso.

Desempenho liso

Por mais que o processador do XA1 Ultra seja o mesmo MediaTek Helio P20 do modelo menor, o resto das especificações teve um upgrade. No lugar dos 3 GB de RAM do XA1, o Ultra vem com 4 GB no total, e o armazenamento interno dobrou de 32 GB para 64 GB sem abrir mão da entrada para cartão micro SD.

Na prática, isso quer dizer que o celular funciona muito bem no uso cotidiano e que cabem muitas fotos, vídeos e aplicativos nele, especialmente se você utilizar um cartão de memória. O XA1 Ultra é rápido na hora de abrir e trocar de apps, mesmo quando há jogos pesados envolvidos. E falando em games, o aparelho não sofreu nem um pouco para rodar títulos com gráficos exigentes, como Mortal Kombat, Asphalt Xtreme e Mobius Final Fantasy.

Também não notamos queda de frames em títulos que rodam a muitos quadros por segundo, como Horizon Chase. O único momento de lentidão que deu para perceber foi mexendo nos menus de Injustice 2, mas na hora das lutas mesmo tudo rodou lisinho. Ou seja, você vai poder jogar o que quiser sem problemas.

Benchmarks

Para podermos comparar o desempenho do Xperia XA1 Ultra com o de alguns concorrentes, o aparelho foi submetido a três aplicativos de benchmark. Os testes utilizados foram o 3DMark (Ice Storm Unlimited), AnTuTu Benchmark 6 e Vellamo Mobile Benchmark (HTML5 e Metal).

O 3D Mark oferece uma série de testes para benchmark de smartphones. Entre eles, o Ice Storm Unlimited permite comparar diretamente entre processadores e GPUs. A resolução do display é um fator que pode afetar o resultado final. Quanto maior a pontuação, melhor o desempenho.

O app AnTuTu 6 permite testar interface, CPU, GPU e memória RAM dos dispositivos. Os resultados são fornecidos individualmente e somados para gerar uma pontuação total. E aqui também vale a máxima para os pontos: quanto mais, melhor.

O Vellamo Mobile Benchmark aplica dois testes aos smartphones, avaliando o desempenho do celular durante o acesso de conteúdo na internet por meio de navegadores no primeiro e a performance do processador no segundo. Novamente, números maiores indicam resultados melhores.

Ótimas câmeras para a categoria

Um dos pontos em que o XA1 Ultra realmente se destaca é nas câmeras. Na traseira, ele vem com um sistema muito parecido com o do antigo top de linha da Sony, o Xperia Z5 Premium. São 23 MP no ótimo sensor da empresa, com uma lente com abertura grande o bastante para conseguir fazer imagens boas de dia e de noite, com direito a muitos detalhes, cores legais e bom contraste.

As câmeras do XA1 Ultra não são perfeitas, mas se destacam em um celular intermediário

O modo manual do software também dá bastante controle para você afinar a captura como precisar, e a Sony incluiu filtros no estilo Instagram e elementos de realidade aumentada para você fazer fotos engraçadas. A única coisa que incomoda na câmera traseira é o efeito de lens flare, que aparece quando tem luzes muito fortes refletidas em ângulos nas beiradas da lente. Mesmo assim, a câmera traseira do XA1 Ultra realmente se destaca entre a maioria dos smartphones intermediários, e talvez até consiga rivalizar com a do Zenfone 3 Zoom – mas isso vamos deixar para ver no nosso comparativo.

Na câmera frontal, a Sony afirmou que o XA1 Ultra traz a “experiência definitiva” para selfies. Como as tecnologias estão evoluindo o tempo todo, esse tipo de afirmação com certeza é só um exagero de marketing. No entanto, isso não quer dizer que o conjunto da frente do XA1 Ultra não seja muito bom. Ele realmente faz um ótimo trabalho.

O sensor é muito eficiente com seus 16 MP, que é o dobro do Xperia XA1. As imagens saem boas tanto em lugares claros quanto em escuros, e a estabilização ótica ajuda a diminuir efeitos de qualquer tremedeira. Além disso, caso o ambiente realmente esteja escuro demais, o XA1 Ultra tem um bom flash frontal.

Na hora de gravar vídeos, o celular também consegue fazer um trabalho agradável, mas a resolução máxima das gravações é Full HD – nada de gravações em 4K por aqui. Pelo menos o sistema SteadyShot da Sony continua funcionando bem para evitar que os vídeos saiam tremidos.

Android quase puro

Sobre a interface, o XA1 Ultra vem com o Android Nougat já instalado de fábrica, e a Sony continua mantendo a experiência bem próxima do sistema operacional puro. Dessa forma, quem estiver acostumado com aparelhos da Sony, da Motorola ou da própria Google vai se sentir em casa.

Uma das diferenças é que alguns aplicativos extras já vêm instalados, como o do PlayStation, a loja da Amazon e alguns outros. Mesmo assim, como o celular tem bastante espaço interno, isso acaba não incomodando muito. Além disso, a gaveta de apps vem com uma organização personalizada por padrão, mas pode ser reorganizada para mostrar os apps por ordem alfabética, pela data de instalação ou para exibir primeiro os que você usou por último.

Cadê a bateria?

Um dos pontos mais fracos do Xperia XA1 é a bateria, e nisso o XA1 Ultra conseguiu fazer um trabalho pior ainda, mesmo tendo uma reserva de energia maior. Em nosso teste de estresse, nós colocamos os celulares para rodar um vídeo do YouTube com o brilho da tela no máximo por uma hora, fazendo três medições de consumo.

O XA1 Ultra dificilmente vai aguentar um dia inteiro longe da tomada

Dessa forma, podemos ter uma estimativa da duração da bateria no total, que no caso do XA1 Ultra ficou em só 5 horas e 16 minutos. Ou seja, o aparelho maior, com uma bateria de 2.700 mAh, dura quase duas horas e meia a menos que o menor, que é inferior em 400 mAh.

Isso significa que, no uso real, pessoas que gostem de jogar bastante, ver muitos vídeos e tirar várias fotos no celular vão ter que abusar do modo Stamina da Sony – e mesmo assim provavelmente não vão conseguir passar o dia inteiro longe da tomada. Se esse é o seu caso e mesmo assim você quer um XA1 Ultra, então é bom andar com um bom power bank com cabo USB Type-C o tempo todo.

Mesmo no caso de uso mais moderado, provavelmente é uma boa ideia manter seu carregador por perto e usar o modo Stamina quando puder, só para garantir que o aparelho ainda vai ter carga no fim do dia. Além disso, a bateria leva umas 3 horas para ir de 0% a 100%, então é bom se planejar se for recarregar durante o dia.

Extras

Falando da saída de som, o XA1 Ultra tem os mesmos problemas do seu irmão menor. Por mais que a potência do áudio seja boa e ele não saia muito distorcido nos volumes mais fortes, o alto-falante fica em uma das piores posições possíveis. Como ele está no canto de baixo do celular, é muito comum você acabar abafando o som com a mão na hora de jogar ou de ver vídeos.

Pelo menos o smartphone vem sim com um fone de ouvido na caixa. No entanto, não pude testar a qualidade desse acessório porque a Sony insiste em não mandar o pacote completo para os reviews.

Uma coisa legal é que o XA1 Ultra vem com espaços separados para dois chips SIM e para um cartão micro SD, então você não precisa escolher se usa um segundo chip de operadora ou expande a memória do aparelho. Mas um ponto chato sobre o aparelho é que ele não vem com um leitor de digitais, coisa que já dá para encontrar até em aparelhos de menos de R$ 1 mil.

Vale a pena?

O preço oficial que a Sony deu para o Xperia XA1 Ultra no Brasil é de R$ 2.299. Sendo bem sincero, o celular não vale a pena por esse valor. Não é que ele seja um aparelho ruim. Muito pelo contrário. As câmeras são ótimas, o desempenho é excelente e a tela também é boa. Até o design, que provavelmente só agrada quem é fã do estilo da marca, pelo menos ajuda o aparelho a ser resistente.

O problema realmente é a faixa de preço. Por R$ 2 mil, você consegue comprar um Moto Z2 Play ou um Zenfone 3 Zoom, que têm especificações tão boas quanto ou até melhores – e incluem leitores de digitais e outras tecnologias interessantes. Desse jeito, a Sony realmente dificulta as coisas para ela mesma.

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E aí, curtiu a nossa análise do Xperia XA1 Ultra? Se tiver alguma dúvida sobre o aparelho, deixe ela aí nos comentários que eu tento responder assim que possível. Caso você tenha ficado interessado em comprar o smartphone ou algum dos outros celulares que mencionamos ao longo do texto, é só clicar nos links do Zoom a seguir para poder conferir os melhores preços dos dispositivos todos os dias.

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