Covid-19: existência de uma vacina não garante o fim da doença

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Os testes das vacinas chinesa e de Oxford começaram nas últimas semanas, no Brasil. Se funcionarem, elas podem estar disponíveis à população a partir do final do ano, segundo estimativas mais otimistas. Porém, uma parcela dos cientistas vê isso com parcimônia, alegando que mesmo que uma das vacinas se torne efetiva no combate à covid-19, pode levar meses e até anos para que o mundo esteja livre desse problema.

“Não espere que uma vacina seja um botão de reinicialização, onde voltaremos aos tempos pré-pandemia”, pondera Yonathan Grad, professor de doenças infecciosas e imunologia na Universidade de Harvard, em entrevista ao The Washington Post. De acordo com alguns especialistas, as primeiras vacinas podem acabar se tornando efetivas apenas para proteger contra os casos mais graves da doença – isso se forem produzidas em larga escala pelos governos.

Também há o problema da descrença da população. O movimento antivacinas já era forte antes de a covid-19 existir e pode ganhar forças a partir do momento em que houver a necessidade de um evento mundial de vacinação. “Estaremos em uma situação em que algumas pessoas estarão desesperadas para obter a vacina, enquanto outras terão medo de recebê-la”, analisa Michael Stoto, pesquisador de saúde pública da Universidade de Georgetown, ao The Atlantic.

Vacinação em massa e em escala global pode fortalecer movimentos antivacinasVacinação em massa e em escala global pode fortalecer movimentos antivacinasFonte:  Pixabay 

Vale ressaltar que mais de 140 candidatas a vacinas estão sendo desenvolvidas ao redor do mundo, por isso, a primeira que for aprovada pode nem se tornar a mais eficiente delas. “Esperar pela chegada de uma vacina melhor pode parecer uma tortura, mas é o certo a se fazer”, explica Natalie Dean, professora de bioestatística da Universidade da Flórida, em artigo publicado no The New York Times.

O cenário mais provável, segundo os especialistas, é que a vacina contra o novo coronavírus se torne sazonal, como a da gripe. Assim, será necessário uma imunização constante da população, principalmente entre as pessoas do grupo de risco. “É possível que algumas vacinas contra a covid-19 não previnam totalmente a infecção, mas podem preparar o sistema imunológico e fazer com que a pessoa desenvolva sintomas mais leves da doença”, explica Dean.

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