Rede de nanofios mostra comportamentos como os do cérebro humano

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Uma parceria formada por cientistas da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e do Instituto Nacional de Ciência de Materiais, no Japão, deu origem a um dispositivo minúsculo que apresenta características semelhantes a determinados comportamentos do cérebro humano. Capaz de mostrar atributos como sonolência, vigilância, esquecimento, aprendizado e memorização, o componente pode permitir importantes avanços na criação de máquinas com a habilidade de pensar como nós no futuro.

Nanotecnologia

De acordo com Wayne Lewis, da Universidade da Califórnia, o dispositivo desenvolvido pelos pesquisadores conta com mais ou menos 10 milímetros quadrados e consiste em um emaranhado de nanofios de prata medindo, em média, apenas 360 nanômetros de diâmetro cada um cobertos com uma camada com cerca de 1 nanômetro de espessura de um polímero isolante.

(Fonte: Phys Org / Marc Roseboro / CNSI / UCLA Reprodução)

O interessante, no entanto, é que os fios de prata foram deixados para se organizar sozinhos em um material semicondutor conhecido como “bolacha de silício”. E, segundo os pesquisadores, onde os nanocabos se cruzam e se sobrepõem, formam-se conexões que, por sua vez, são muito parecidas às de uma região cerebral conhecida como neocórtex e que está envolvida em ações supercomplexas, como a percepção, a cognição e a fala.

Maquininha pensante

Mais especificamente, o emaranhado de nanofios criou cerca de 10 milhões de interligações entre eles e, durante os experimentos, os cientistas aplicaram a esse sistema correntes elétricas que faziam com que átomos de prata viajassem através dos fios sob a camada de polímero e também pelas conexões formadas junções essas semelhantes às sinapses que permitem que os neurônios possam transmitir informações uns aos outros.

Além disso, os pesquisadores utilizaram um par de eletrodos para acompanhar a atividade do dispositivo e notaram que a estrutura formada pelos nanofios apresentava comportamentos equivalentes aos observados no cérebro. A equipe também realizou testes com diferentes correntes elétricas e, ao comparar os resultados com exames de ressonância magnética em humanos, percebeu que, quando estas eram mais baixas, a atividade no sistema era semelhante à do cérebro de uma pessoa em repouso  enquanto que o desempenho com correntes mais elevadas se parecia ao do cérebro de alguém desperto.

(Fonte: Earth.com / Reprodução)

Na prática, os pesquisadores acreditam que o sistema de nanofios inspirado no funcionamento do cérebro humano  pode dar origem a computadores e máquinas não só mais eficientes no que diz respeito ao consumo de energia, mas também à capacidade de processar dados em grau de complexidade e em quantidades muito mais elevadas do que com as quais os dispositivos de hoje em dia conseguem trabalhar.

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