Teste para detectar energia escura tem resultados nulos – e isso não é ruim

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Sabe aquela história do “copo meio cheio ou meio vazio”? Ela se aplica a um experimento recente, conduzido na tentativa de se detectar a energia escura, um dos mistérios sobre o Universo que mais intrigam os cientistas. Os testes não deram em absolutamente nada, mas, em vez de simplesmente ser engavetada, a pesquisa pode servir para limitar opções dos pesquisadores e tornar estudos posteriores mais assertivos na busca da enigmática força.

Cadê a energia, gente?

Como você deve saber, o Universo está em constante expansão – embora, teoricamente, ele devesse estar involuindo e atraindo tudo para o seu centro por conta da ação da gravidade. No entanto, não é isso o que se vem observando e, para explicar essa curiosa contradição, os astrofísicos sugeriram a existência de uma força que se contrapõe à gravitacional, a chamada “energia escura”.

(Fonte: PBS / Reprodução)

Segundo teorizam os cientistas, essa força consiste em uma propriedade inerente ao próprio cosmos e, à medida que ele se expande e mais espaço vai sendo criado, mais energia escura surgiria no Universo. Tanto que, de acordo com as previsões e estimativas, mais de 70% do Universo seria composto por essa força. No entanto, até hoje ninguém conseguiu detectar a presença da energia escura de forma a provar a sua existência.

Não rolou...

O experimento do qual estamos falando agora (e que não deu em nada...) é apenas mais um entre muitos e, nele, pesquisadores do Imperial College London e da Universidade de Nottingham, ambas instituições situadas na Inglaterra, testaram um modelo baseado na teoria da “5ª força”, ou seja, na ideia de que a energia escura seria uma força extra que interage com a matéria, além das 4 conhecidas – que seriam a eletromagnética, gravitacional e as nucleares forte e fraca.

Como, segundo essa teoria, a 5ª força deveria ser oculta ou bloqueada pela matéria – no cosmos, ela viajaria pelo vácuo e seria obstruída por corpos de grandes dimensões, como estrelas e planetas, por exemplo –, então, os pesquisadores britânicos recriaram um ambiente semelhante em laboratório para tentar detectar a energia escura.

(Fonte: Phys Org / Imperial College of London / Reprodução)

O time colocou uma pequena esfera de metal em uma câmara à vácuo e liberou átomos para que eles caíssem livremente no interior desse espaço. Os cientistas também usaram um interferômetro atômico para ver se alguma força interagiria com as partículas. O esperado, caso existisse uma 5ª força, é que os átomos se desviassem ligeiramente ao passar pela esfera de metal, mas a equipe não viu nada – e as partículas caíram conforme deveriam ao ser expostas apenas às 4 forças conhecidas.

Chato, né? Mas sabe o que comentamos sobre a história do copo “meio cheio ou meio vazio”? Embora o experimento não tenha solucionado o mistério sobre a energia escura, segundo os pesquisadores, a experiência teve o seu lado positivo, já que, pelo menos, eles sabem que essa teoria posta à prova agora pode ser riscada da lista de alternativas e os cientistas poderão focar a sua atenção na exploração de outras possibilidades.

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