O WhatsApp, em seus oito anos de vida, tentou monetizar sua mídia apenas uma vez, quando cobrava uma anuidade. Isso nunca mais aconteceu, nem mesmo quando a empresa foi comprada pelo Facebook por cerca de US$ 19 bilhões, há três temporadas. Tornar a plataforma rentável sem afastar os milhões de usuários é seu grande desafio no momento: a companhia vem testando aplicações que aproximam o comunicador instantâneo aos serviços de empresas de vários setores.
Segundo a Reuters, os experimentos vêm sendo conduzidos pela incubadora de startups Y Combinator, responsável por checar como o público reage às novidades. Uma das maiores preocupações é evitar problemas de conteúdo massivo indesejado, os famosos spam.
Serviços com bots e notificações já estão sendo avaliados pela empresa
Entre as primeiras iniciativas estão sistemas de aplicações que permitem a correntistas trocar informações sobre transações fraudulentas diretamente com os bancos e viajantes procurando por orientações no caso de voos atrasados. Isso tudo vem acompanhado de pesquisas detalhadas, incluindo questões sobre o recebimento de material irrelevante.
A Y Combinator é a gestora de startups responsável pelas análises iniciais
Essa abordagem é semelhante à maneira com o que o Facebook vem capitalizando recentemente seu Messenger, com robôs virtuais automatizando tarefas voltadas para os negócios.
Dos colares das vacas para seu celular
A Cowlar Inc., startup que coleta dados sobre o comportamento de vacas a partir de colares para melhorar a produção de leite, é uma das pequenas empresas reunidas nessa fase inicial de testes. Segundo o cofundador Umer Ilyas, entre as ofertas do serviço estão notificações automáticas sobre as atividades incomuns dos animais, por exemplo.
O colar para vacas Cowlar é um dos produtos que está atualmente sendo testado com o WhatsApp
“Isso representa uma grande oportunidade, porque em grandes mercados como a Índia, Brasil e o Paquistão muitos fazendeiros têm acesso ao WhatsApp”, explicou Ilyas.
Testes na Índia
A Índia é o maior mercado do WhatsApp atualmente, com mais de 200 milhões de usuários mensais ativos, o que representa 15% da base da empresa. Para ter uma ideia, somente no Ano Novo o país registrou 14 bilhões de mensagens, um recorde em todo o mundo.
WhatsApp quer facilitar transações digitais para monetizar sua plataforma junto a pequenas empresas
Não à toa, é lá que a companhia vem testando o que eles chamam de “WhatsApp for Business”: segundo a Forbes, essa seria uma versão do app para empresas de até dez pessoas, com ferramentas de gerenciamento de clientes.
O blog especializado em celulares Jana ilustrou a presença do WhatsApp no Brasil e na Índia em junho de 2016
A ideia inicial é garantir uma maneira segura e eficiente de realizar transações digitais pela plataforma — ou de forma integrada com o Facebook Messenger — para que as pequenas companhias possam fazer assinaturas de serviços focados na veiculação de mensagens e vídeos. Se der certo, pode ser que isso chegue mais rápido aos países com mercados semelhantes ao do indiano onde o WhatsApp é popular — o Brasil está na lista.
O WhatsApp por enquanto não confirma essas informações e a Y Combinator não comenta oficialmente. As startups e outros grupos envolvidos corroboram essas iniciativas.
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