Espionagem americana no Brasil: o que é preciso saber?

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(Fonte da imagem: Reprodução/Extra)

Nas últimas semanas, surgiram novas denúncias de que os Estados Unidos estariam espionando pessoas em todo o mundo, graças a sistemas de rastreio infiltrados em serviços como Facebook, Google e Skype, além de redes móveis e outras conexões de dados. O grande destaque desta vez é o embasamento das informações, pois elas vêm de um ex-agente da CIA e somam mais de 5 mil documentos.

E algo que chamou bastante a atenção de todos é o fato de que o Brasil estaria no foco das espionagens. Isso mesmo, grandes empresas e até mesmo o governo do Brasil estariam sendo vigiados de perto por agentes infiltrados da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos. E isso iria muito além da já conhecida justificativa do “combate ao terrorismo”. Há informações de que essa espionagem teria interesses muito maiores.

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Quem levou toda essa história ao público foi o jornalista Glenn Greenwald, que teve acesso às informações diretamente por Edward Snowden. E desde que as histórias começaram a ser publicadas pelo jornalista, novas denúncias começam a brotar de todos os lados. O que causou alguns desconfortos bem evidentes em todos os países envolvidos — apesar de serem negadas quaisquer crises diplomáticas.

Agentes infiltrados no Brasil

Em uma entrevista realizada para a TV Globo, o jornalista Glenn Greenwald afirmou que há muitas evidências de que alguns dos diplomatas norte-americanos que atuam no Brasil são na verdade agentes disfarçados. Isso teria sido feito para que fosse mais próximo o contato das agências de espionagem e segurança dos EUA aos possíveis alvos dos rastreios de informações.

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Mais do que isso, também há relatos de que as embaixadas dos Estados Unidos serviriam como centrais de dados capazes de converter sinais criptografados e oriundos aqui mesmo do Brasil. Algo similar também aconteceria nos Estados Unidos, onde as embaixadas e consulados brasileiros seriam espionados com mais facilidade — por rastreio e interceptação de dados digitais e ligações, por exemplo.

Espionagem no Brasil: por quê?

O Brasil e os Estados Unidos são países com boas relações diplomáticas e muitas relações comerciais. Pensando dessa forma, não haveria qualquer motivo para que as agências de segurança norte-americanas realizassem espionagem no território brasileiro. Mas será que somente países inimigos fazem interceptação de informações?

Greenwald diz que os interesses dos Estados Unidos nas informações brasileiras são comerciais. O Brasil é rico em recursos naturais e isso gera muito dinheiro — pelas reservas de petróleo marinhas e do pré-sal, por exemplo. Ter acesso às informações antes que outros países pode favorecer (e muito) os investidores norte-americanos. Além disso, com esses dados a competição internacional também pode ser vencida mais facilmente.

O que diz o governo brasileiro?

Desde que as primeiras denúncias começaram a ser reveladas, o governo brasileiro já vem mostrando-se contrário à prática da espionagem entre países parceiros (como é o caso do Brasil e dos Estados Unidos). A presidente Dilma Rousseff é cautelosa e afirma que é preciso averiguar com calma todas as denúncias, mas também diz que, se forem comprovadas, estaremos diante de uma “violação à soberania e aos direitos humanos”.

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Depois dessas novas informações, a Presidência afirmou que vai pressionar o Congresso para que o projeto do Marco Civil da Internet seja votado mais rapidamente. Caso aprovado, esse projeto pode fazer com que o fluxo de dados brasileiro seja centralizado em centrais de dados no Brasil, não demandando o envio de um grande fluxo de informações para os Estados Unidos.

Ainda hoje, uma comissão do Senado Federal votou e aprovou uma moção de apoio para que Dilma Rousseff possa conceder asilo político a Edward Snowden, que está isolado no Aeroporto de Moscou (Rússia) desde que teve seu passaporte norte-americano suspenso pelas autoridades dos Estados Unidos.

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