Zuckerberg vai defender Oculus VR no tribunal contra acusação de roubo

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John Carmack, fundador da Id Software e atual CTO da Oculus VR, está sendo acusado de ter roubado segredos relativos à tecnologia de realidade virtual de sua ex-empresa, a ZeniMax Media, companhia que engloba tanto a Id Software quanto Id Bethesda Softworks. Segundo a ZeniMax, não apenas Carmack teria vazado aquilo que havia sido desenvolvido sobre VR na empresa como teria também destruído intencionalmente provas que poderiam acusá-lo cabalmente do delito.

O julgamento bilionário – que vem acontecendo desde o dia 9 de janeiro – vai contar com ninguém menos que Mark Zuckerberg como testemunha. O fundador e CEO do Facebook adquiriu a Oculus VR no ano de 2014 pela quantia de US$ 2 bilhões, cerca de R$ 6,43 bilhões. Essa é a empresa acusada de ter utilizado as tecnologias desenvolvidas pela ZeniMax para criar o Oculus Rift, dispositivo de realidade virtual lançado em março de 2016. Segundo a acusação, John Carmack teria levado o conhecimento sobre esse dispositivo de uma instituição para a outra, prática ilegal entre as companhias.

John Carmack, acusado de roubar propriedade intelectual de sua antiga empresa, a ZeniMax

Testemunha-chave

O chefão do Facebook deve apresentar sua declaração ao júri popular do tribunal na data de hoje (17). O próximo a se pronunciar será Palmer Luckey, cofundador da Oculus VR. John Carmack, um dos protagonistas da ação, falou logo no início do processo judicial todo, no dia 10.

Os advogados de defesa tentaram evitar a exposição de Zuckerberg, mas o juiz considerou seu depoimento imprescindível para o desenrolar dos fatos

O processo movido pela ZeniMax está pedindo cerca de US$ 2 bilhões, ou R$ 6,48 bilhões, a mesma quantia pela qual a Oculus VR foi comprada pelo Facebook há quase três anos. Os advogados de defesa tentaram evitar a exposição de Zuckerberg, mas o juiz considerou seu depoimento imprescindível para o desenrolar dos fatos. Luckey, por sua vez, deve fazer a primeira aparição pública após ter admitido bancar um grupo que criava virais para denegrir a imagem da candidata à presidência dos EUA, Hilary Clinton.

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A palavra da acusação

Segundo a ZeniMax afirmou em uma nota para o site Ars Technica, “com o começo do julgamento de nossa ação (...) contra os réus Facebook, Oculus VR e sua administração, a ZeniMax e a Id Software agradecem a oportunidade de apresentar provas substanciais contra a apropriação indevida por parte dos réus de nossa propriedade intelectual de realidade virtual (VR)”.

A ZeniMax e a id Software são os desenvolvedores visionários da tecnologia revolucionária de VR e estão ansiosos para a defesa de nossas reivindicações

A nota prossegue: “Essas provas incluem o roubo de segredos comerciais e informações altamente confidenciais, incluindo códigos de programação. A ZeniMax também vai apresentar evidências da destruição intencional de provas por parte dos réus para encobrir seu delito. A ZeniMax e a id Software são os desenvolvedores visionários da tecnologia revolucionária de VR e estão ansiosos para a defesa de nossas reivindicações”.

A defesa de Carmack

John Carmack afirmou em seu depoimento que a ZeniMax teria concordado em compartilhar códigos de programação com a Oculus para o benefício mútuo de ambas as empresas. Ele disse que a companhia, então, desistiu de obter participação na propriedade nascente dessa tecnologia e decidiu removê-lo da área de realidade virtual, o que pesou em sua decisão de partir para a Oculus.

O programador também confessou ter copiado milhares de emails da antiga companhia para seu uso pessoal, mas negou ter utilizado qualquer parte de código desenvolvido na ZeniMax

O programador também confessou ter copiado milhares de emails da antiga companhia para seu uso pessoal, mas negou ter utilizado qualquer parte de código desenvolvido na ZeniMax em produtos como o Oculus Rift e o Gear VR. Segundo ele, tudo foi criado do zero e os códigos de programação dos dispositivos de sua ex-empresa sequer funcionariam nos aparelhos mais recentes.

O julgamento completo ainda deve durar mais três semanas antes de um resultado ser divulgado.

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