O que é Blu-ray?

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Discos têm sido usados como principal mídia de armazenamento de informações há décadas, passando entre discos de vinil, disquetes, discos rígidos e os atuais discos ópticos. Na vanguarda desta evolução está o Blu-ray, a mais nova mídia óptica que promete desbancar de vez com o DVD.

Continue acompanhando este artigo especial do Tecmundo e descubra um pouco mais sobre a mais nova mídia óptica.

O novo rei dos discos

O desenvolvimento do Blu-ray começou ainda em 2000, tendo como patrocinadoras várias grandes empresas de eletrônicos, incluindo Sony, Panasonic, LG, Philips e Samsung. Mais tarde, o grupo foi nomeado como “Blu-Ray Disc Association” e permitiu a entrada de outros nomes de peso, como Apple, Intel, Dell, Warner Bros. e Walt Disney.

A principal meta do projeto era suprir o mercado com um novo padrão de disco óptico capaz de armazenar uma quantidade de dados muito maior do que a do DVD, tendo em mente a crescente demanda para o conteúdo em alta resolução. O primeiro produto comercial resultante da empreitada viria em 2006, com um leitor de Blu-ray da Sony.

Exemplo de mídia Blu-ray (Fonte da imagem: Divulgação/Mitsubishi)

Na época da concepção do Blu-ray, outro formato também competia para ocupar o lugar da próxima mídia de alta resolução, o HD-DVD. Essa competição para decidir o formato dominante duraria vários anos, deixando os próprios consumidores receosos em comprar qualquer um dos dois para não arriscar apostar no lado perdedor.

A Toshiba, principal patrocinadora do HD-DVD, anunciou em 2009 que abandonaria o projeto e passaria a fabricar o seu próprio leitor de Blu-ray, consolidando de vez a vitória do disco do raio azul. Boa parte do crédito para essa aceitação pode ser atribuída ao fato de o PlayStation 3, da Sony, ter o Blu-ray como mídia principal.

Capacidade e especificações

O principal diferencial do Blu-ray em relação ao DVD é sua capacidade de armazenamento, que passa dos 9 GB do DVD dual layer para 25 GB em cada camada na nova mídia. Isso permite discos com 50 GB em duas camadas e até 128 GB em quatro camadas. Porém, a maioria dos leitores está limitada aos discos Blu-ray dual layer, sendo que as mídias com mais camadas pertencem ao novo padrão BDXL. Confira abaixo a tabela com as diferenças de capacidade entre os formatos.

A mágica para este fenomenal aumento na capacidade, considerando que o Blu-ray tem o mesmo tamanho do DVD e do CD, está na concentração das trilhas de gravação. Nas mídias ópticas, o processo de leitura dos dados acontece por causa de um laser que detecta pequenos “furos” encravados em um filme no disco.

As diferenças de tamanho entre esses furos determina se o bit sendo lido é zero ou um. Para aumentar a concentração de dados, basta apenas diminuir os tamanhos dos furos. Em DVDs, o tamanho máximo destas trilhas não passa de 0,74 µm, enquanto que um Blu-ray trabalha com trilhas de 0,32 µm.

A cor do laser também é crucial para esta melhora, já que o novo feixe azul usado no Blu-ray é muito mais controlável do que a usual luz vermelha dos DVDs e CDs. O resultado é uma leitura mais precisa, capaz de detectar os furos que estão muito menores na nova mídia.

Desvantagens

Como nada é perfeito, o Blu-ray também tem desvantagens em relação aos discos anteriores. A primeira delas é, naturalmente, o alto preço cobrado por mídias virgens e também pelo hardware compatível. Este é um dos motivos que fazem os gravadores de Blu-ray ainda serem raridade hoje em dia, mas os preços tendem a baixar com o tempo.

(Fonte da imagem: Divulgação/Panasonic)

Infelizmente, as novas mídias do raio azul também são mais sensíveis se comparadas com o DVD e mais ainda em relação ao CD. Isso porque o laser de maior precisão exige que os dados estejam gravados em uma camada mais próxima da superfície, deixando as trilhas muito mais desprotegidas contra riscos e poeira.

Outro “defeito” que se esperava que fosse resolvido com o Blu-ray é a incompatibilidade entre regiões. A má notícia é que ainda existe um sistema de controle de conteúdo por regiões na nova mídia. Porém, as regiões que antes eram seis foram reduzidas para apenas três, sendo que o Brasil acabou ficando na mesma região dos Estados Unidos e do Japão.

Vale lembrar que os Blu-rays livres de regiões também estão disponíveis. Além disso, para a alegria do consumidor, mais de 50% dos filmes lançados pelos estúdios têm seguido a política “Region-Free”.

O futuro do laser azul

Apesar de já ser parte do mercado do conteúdo digital, fabricantes ainda prometem aumentar ainda mais a durabilidade e capacidade do Blu-ray. Companhias como a Sony querem aproveitar as novidades trazidas pelo disco para aumentar a gama de possibilidade de aplicação.

Um exemplo é o player que toma proveito do imenso espaço dos BDXL e da capacidade de execução de aplicativos do padrão BD+ para reproduzir vídeos em resolução 4K, quase quatro vezes maior que a Full HD.

(Fonte da imagem: Divulgação/Sony)

Outras empresas já pensam até em um possível sucessor para o Blu-ray. Um exemplo é a TDK, que apresentou uma mídia com 32 camadas capaz de armazenar 1 TB. Porém, como atualizar o mercado com novos padrões de discos é um processo lento e extremamente caro, o mais provável é que o Blu-ray ainda reine soberano por mais alguns anos.

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